"Quantos dias se passam sem tu apareceres.
E às vezes penso é bom que assim seja, para eu aprender a estar só.
Mas de outras vezes rompes-me pela vida dentro e eu quase sufoco da tua presença.
Ouço-te dizer o meu nome e eu corro ao teu encontro e digo-te vai-te, vai-te embora. Por favor. E eu sinto-me logo tão infeliz. E digo-te não vás. Fica. Para sempre.
Há em mim uma luta entre o desejo de que te esqueça e o de endoidecer contigo. Porque tu foste de um mundo incorruptível onde o tempo não passa e é aí que tu moras no eterno de ti."
Vergílio Ferreira, in "Cartas a Sandra".
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