sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Luís Veiga Leitão, o Poeta da Resistência


Recentemente, em conversa com um respeitado alfarrabista português (José da Cruz Santos - Modo de Ler), falávamos dos atuais embates políticos extremistas espalhados pelo mundo e chegamos ao nome de Luís Veiga Leitão como maior poeta português da resistência. Nascido em 27 de Maio de 1915, em Moimenta da Beira, desenvolveu diversas atividades profissionais: comerciante, escriturário, publicitário e artista plástico. Em 1952, devido ao seu perfil militante, sofreu a traumática experiência da prisão política sob o regime salazarista, quando então passou a redigir mentalmente na cela os poemas e os decorou, um a um, para em 1955 publicar o tremendo livro “Noite de Pedra”, apreendido posteriormente pela censura, lógico. No ano seguinte conquistou a liberdade, viajou pela a Europa e se exilou no Brasil a partir de 1967, onde desempenhou os mais diversos papéis, entre os quais o de bibliotecário, desenhista, autor e locutor de um programa de rádio sobre a moderna poesia portuguesa. Regressou a Portugal, mais precisamente a cidade do Porto, apenas em 1977. Conhecido sobretudo pela sua vertente de poeta militante e anti-fascista, Veiga Leitão também escrevia sobre suas viagens como o “Livro de Andar e Ver” que era como os árabes identificavam os livros de viagem (também disponível aqui no sebo). Retornou ao Brasil, onde veio a falecer em Niterói, no dia 9 de Outubro de 1987. A segunda imagem é a poesia “Manhã”, talvez a mais emblemática de seu período em prisão política. Um poeta para aprofundar-se.