terça-feira, 6 de agosto de 2019

A Vida e a Poesia de Antonia Pozzi




“Morte de uma Estação” é o único livro em língua portuguesa da poetisa italiana Antonia Pozzi. Na verdade é uma edição bilíngue de apenas 300 exemplares da editora portuguesa Averno, de 2012 com tradução de Inês Dias, e a adquirimos justamente em Portugal. 

Nós a conhecemos por postagens de perfis de poesia italiana aqui no Instagram e ao traduzir suas poesias nos encantamos e então ligamos nosso radar. Nascida em Milão, em 1912, filha de um importante advogado e de uma bisneta de Tommaso Grossi, nobre família Lombard, Antonia teve preparação musical, de desenho e escultura, sempre cercada de luxo e privilégios. A partir dos 20 anos dedicou-se a fotografia e aos esportes. Cria um vínculo com Antonio Cervi, professor de latim e grego de Antonia, mas encontra oposição da família Pozzi. 

Em 1933 conhece o poeta trentino Tullio Gadenz e nestes anos suas vocações explodem: poesia, fotografia, esportes de montanha, etc. A partir de 1937 passa a lecionar matérias literárias o que representa uma tentativa de se emancipar de seus pais. Em sua breve e atormentada existência Pozzi buscou o tempo todo encontrar o seu lugar no mundo, sempre em estado de desconforto existencial, desse desajuste talvez tenha vindo a força de sua poesia. 

A intensa pessoalidade dos seus versos, pouco a pouco, se transformou em objeto de culto, lida como uma voz feminina potente, à frente do seu tempo. Sua poesia expressava a inquietude diante de uma realidade regulada por aparência e rígidos códigos de conduta e etiqueta. Desapegada da vida e incapaz de suportar o seu peso em 1938 Antonia comete suicídio. 

Inicialmente seus pais justificaram sua morte como consequência de uma pneumonia severa. Seu pai inclusive, chegou tentar alterar alguns de seus poemas mais incisivos. A poesia de Pozzi é forte, impactante e surpreendente, palavras empregadas a frente do seu tempo.

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