“Morte de uma Estação” é o
único livro em língua portuguesa da poetisa italiana Antonia Pozzi.
Na verdade é uma edição bilíngue de apenas 300 exemplares da editora portuguesa
Averno, de 2012 com tradução de Inês Dias, e a adquirimos justamente em
Portugal.
Nós a conhecemos por
postagens de perfis de poesia italiana aqui no Instagram e ao traduzir suas
poesias nos encantamos e então ligamos nosso radar. Nascida em Milão, em 1912,
filha de um importante advogado e de uma bisneta de Tommaso Grossi, nobre família
Lombard, Antonia teve preparação musical, de desenho e escultura, sempre
cercada de luxo e privilégios. A partir dos 20 anos dedicou-se a fotografia e
aos esportes. Cria um vínculo com Antonio Cervi, professor de latim e grego de
Antonia, mas encontra oposição da família Pozzi.
Em 1933 conhece o poeta
trentino Tullio Gadenz e nestes anos suas vocações explodem: poesia,
fotografia, esportes de montanha, etc. A partir de 1937 passa a lecionar
matérias literárias o que representa uma tentativa de se emancipar de seus
pais. Em sua breve e atormentada existência Pozzi buscou o tempo todo encontrar
o seu lugar no mundo, sempre em estado de desconforto existencial, desse
desajuste talvez tenha vindo a força de sua poesia.
A intensa pessoalidade dos
seus versos, pouco a pouco, se transformou em objeto de culto, lida como uma
voz feminina potente, à frente do seu tempo. Sua poesia expressava a inquietude
diante de uma realidade regulada por aparência e rígidos códigos de conduta e
etiqueta. Desapegada da vida e incapaz de suportar o seu peso em 1938 Antonia
comete suicídio.
Inicialmente seus pais
justificaram sua morte como consequência de uma pneumonia severa. Seu pai
inclusive, chegou tentar alterar alguns de seus poemas mais incisivos. A poesia
de Pozzi é forte, impactante e surpreendente, palavras empregadas a frente do seu
tempo.
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