Ora, valha-me! Um livro de Vergílio Ferreira que inicia-se assim: “Querida. Veio-me hoje uma vontade enorme de te amar. E então pensei: vou-te escrever”. Sem prefácio, nem nada. Logo assim, como é bem dele. Sem rodeios e profundo, a cada página. Em tudo, até num caminhar de um gato, há intensidade e força. “Em Nome da Terra” (Bertrand Editora - 4ª Edição) é uma magnífica e pungente narrativa de profundo amor. Vergílio escreve esse último romance, quando sua mulher já havia morrido, na voz de João, um homem que no fim da vida escreve uma carta a Mônica, sua mulher que morrera, percebem? Pois, há uma carga emocional muito grande nas palavras e fazendo uso dessas como ninguém, discorre pelas páginas temas como o envelhecimento, a inevitável degradação do corpo, de seu amor eterno pela mulher que partira, de seus três filhos, etc. Ao lermos o livro sentimos como se a escrita fosse direcionada a cada um de nós. É um livro que pode parecer triste, mas sobretudo é uma ode, ao amor. [Em Nome da Terra | Vergílio Ferreira | Bertrand Editora | 4ª Edição | 1991]
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