Não procures Deus fora de ti
no seu espaço infinito.
Não tentes ascender ao céu
no esforço de saíres de ti
na tua condição.
Não queiras ser mais do que o abandono de um abandonado.
Não cedas à tua vontade de querer
de poder de ser ou de não ser
não aceites nada que não seja o nada.
Deixa-te cair
até ao fundo
como se no íntimo de ti
como se
no silêncio do silêncio
sem nome
o que tu nunca saberás
respirasse
o futuro amor sempre inconcluído.
Do poeta português Antônio Ramos Rosa.
Obra de arte intitulada "Paraíso Perdido" de Gledson Franqueira Amorelli.
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