Apagada a luz, aprecio a noite.
Quase não consigo distinguir a enorme
sombra do cipreste. Há dúvida e frio.
Vênus brilha em ângulo.
Assim como aqui dentro, tudo vai congelando.
Quando alguém envelhece, muitas vezes fica
estático olhando para a noite
como quem, antes de viajar, estuda
planos de uma cidade desconhecida.
Joan Margarit (1938-2021), poeta espanhol.
Poema retirado do livro "Cálculo de Estructuras",
com primeira edição publicada pela Edicions Proa, Barcelona, 2005.
A tela intitulada "Colheita de Algodão" é do artista mineiro Gledson Franqueira Amorelli (1948)
Nenhum comentário:
Postar um comentário