O que dói
é não poder apagar a tua ausência
e repetir dia após dia os mesmos gestos.
O que dói
é o teu nome que ficou como mendigo
descoberto em cada esquina dos meus versos.
O que dói
é tudo e mais aquilo que desteço
ao tecer para ti novos regressos.
Daniel Faria (1971-1999), poeta português
Arte de Antônio Maia (1928)